quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Meu primeiro grande negócio

Vivi muitas histórias no meu TL. Além disso, ele era objeto de desejo de muitos outros apaixonados por carros.
Um deles era proprietário da Monza Veículos, na época uma das maiores revendas de carro de Brasília, e de um Dodge Magnun 1979/80 branco, perfeito, e que queria dar o TL de presente de aniversário de 18 anos para seu filho Rômulo, que também era doido pelo carro. Fez de tudo pra comprar, mas sabia do valor sentimental que tinha pra mim e pra minha família. Mesmo assim ele não desistiu.

Na época, meu pai era proprietário de uma imobiliária que ficava em frente à Monza. Um dia esse cara estava com alguns amigos em frente à revenda e eu passei pra encontrar meu pai, que estava na calçada. O cara era tão doido pelo TL que gritou pra mim:
"-Quer trocar?" E apontou pro seu Dodge.
"-Eu quero", respondi na hora e dali mesmo estiquei a mão pra fechar o negócio.
Ele deu uma engasgada, e um dos amigos comentou:
"-Você não vai mijar pra trás no negócio com esse menino não, né? (afinal de contas eu tinha meus 18 e ele seus 50 e poucos anos)
Aí ele respondeu:
"-Não. Não vou não."
E me estendeu a mão.

Foi assim que realizei meu primeiro grande negócio!


O único problema é que, ao saber da notícia, minha mãe e minha avó choraram muito. Afinal era uma herança do meu avô, e todos tinham um apego enorme ao carro. Até minhas irmãs, que nem entenderam direito o que tinha acontecido choraram naquele dia! Ainda bem que meu pai me consolou dizendo: "Larga pra lá. O negócio foi bom!"

Esse Dodge foi meu primeiro V8, o que me fez ficar ainda mais apaixonado por esse motor! Era a maior sensação sair com ele, sem contar que, em plena crise do petróleo, sair com um carro daquele era muito mais que tirar onda!!!

Lembro que, no dia em que fui abastecer o carro, eu e meu pai fomos encher o tanque de 100 litros!!! O frentista olhou pra mim e disse: "Meu filho, esse tanque cheio é o valor do meu salário do mês!". Nunca vou me esquecer dessa cena e do que eu senti... Na verdade até hoje não sei bem, mas foi um misto de orgulho com vergonha.
Mais de orgulho, tenho que confessar...

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