segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Vida de Piloto - The End (???)

Como nada é perfeito, lembro de um acidente em que me envolvi durante essa época. Não lembro bem qual ano, mas já foi no final da minha carreira. Durante uma das provas, um piloto - melhor não citar o nome - bateu em mim de propósito pra me tirar da pista. O carro acabou! Mas eu, de cabeça quente, consegui voltar à pista, esperei esse cara e fui com tudo pra cima do carro dele!

Nem preciso dizer que fiquei suspenso por 6 meses, o que esfriou muito minha empolgação com as corridas automobilísticas. Essa época coincidiu com a falta de dinheiro para as corridas, o que dificultava tudo ainda mais. Foi quando decidi parar.

Mas antes de parar de vez, fui chamado pela equipe Santillo como piloto convidado em uma prova. Fiz a tomada de tempo, tudo! Mas, na hora, não sei o que me deu. Ao contrário de tudo que eu sempre fiz, não dei o meu máximo. Cheguei em 3° lugar, mas sabendo que poderia ter feito bem melhor. Se eu tivesse chegado em último lugar, exigindo tudo que eu podia dar, eu teria ficado muito mais orgulhoso de mim.
Mais do que para os dois que chegaram na minha frente, perdi pra mim mesmo.
Nunca mais voltei às pistas.

Na época estava passando por um sério aperto financeiro, pois a lanchonete que eu tinha teve que mudar de lugar, o que diminuiu demais o faturamento. Então tive que trocar o Santana último tipo que eu tinha e acabei vendendo todo meu equipamento de corrida para o piloto Ezequias Aguiar, o Quequé.

Minha carreira de piloto estava definitivamente encerrada.

XR3

Minhas provas eram todas "PAItrocinadas" e, numa delas, estavam rifando um Escort XR3. Como nunca ganhava nada em rifas e outros tipos de sorteios, eu não queria sequer comprar o bilhete. Até que me falaram que o carro ia sair para o último número sorteado, não para o primeiro, como é de praxe.
Os pilotos estavam pegando os números de seus carros, por isso, apesar de ter decidido comprar um bilhete de última hora, consegui pegar o número do meu: 16.

Ganhei.

Decidi então correr pela Ford. A princípio, dei preferência às provas longas: 12 Horas de Goiânia; 1.000 Milhas de São Paulo; 1.000 Km de Brasília; 500 KM de Brasília. Foi numa dessas que conheci o Elpídio Luíz Brandão Neto, na época piloto brasileiro de Stock Car. Brandão e eu decidimos unir forças e voltei ao Campeonato Regional de Marcas e Pilotos. Entrei com o carro e a equipe e ele com o patrocinador: a Ciaasa, Concessionária Ford de Goiânia.

Nós disputamos a liderança o Campeonato todo com a dupla Laércio e Ananias Justino, patrocinados por Leites Manacá. Fomos campeões em segundo lugar. Quero dizer, chegamos tantas vezes em segundo lugar que não teve pra ninguém!

No Campeonato seguinte, além de brigar pela liderança com Laércio e Ananias Justino, disputamos também com Carlinhos Santillo e seu parceiro. De novo 2° lugar.

Campeonato Regional de Marcas e Pilotos

84 foi meu primeiro ano de Campeonato Regional e o primeiro ano que o Campeonato foi de 1.600 cc. Cheguei em Goiânia disputando a primeira prova mascarado. Tinha carretinha, equipe e o único 1.600 a água era o meu. O restante era a ar (a maioria Fusca e Brasília). Claro que dei show na primeira prova, chegando até a dar umas maneiradas pra não acelerar demais! Só esnobando!

O que eu não sabia era o quanto realmente aquele pessoal investia. Na segunda prova eles abandonaram os Fuscas e Brasílias e os outros carros refrigerados a ar. Dali em diante só dava Passat, Voyage, Gol...

Aí ficou beeem mais complicado vencer...

sábado, 15 de setembro de 2007

Eu, Piloto.



Depois da minha estréia, fiz mais 8 corridas no Campeonato de Hot Dodge daquele ano. Os resultados foram medianos, eu estava sempre entre o 6° e o 10° colocado. Mesmo assim, a experiência estava fazendo com que me apaixonasse cada vez mais pelo automobilismo.
(Obs.: preste atenção ao LTD da foto. É aquele marrom que me deixou decepcionado.)

Como já contei, na época meu pai era proprietário de uma imobiliária - a Samara Imóveis- e no térreo, havia a JR Automóveis, uma agência onde eu passava boa parte do meu tempo. Foi neste período que meu pai achou que eu devia começar minha vida de adulto, o que significava, para ele, que eu devia ter um carro para negociar, já que meus interesses pendiam mais para esse lado.
Foi quando ele me deu um Opala 80. Deixei este Opala na agência e fui negociando várias vezes, trocando em vários carros, fazendo dinheiro, até comprar um Passat 79, que desmanchei todo e transformei em carro de corrida. Foi nesse Passat que ganhei a primeira prova do Campeonato de Marcas e Pilotos que eu participei, já em 1984.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Minha Vida de Piloto

Minha vida de piloto era dureza! Lembro que, no início, eu não tinha grana suficiente pra abastecer o carro de álcool para as corridas, então fazia de tudo pra economizar. Inclusive deixava de comer meu pão com salame e tomar meu refrigerante pra segurar o dinheiro! Ficava sem o lanche, mas o carro tinha combustível!
Minha primeira corrida tinha tudo pra ser marcante. E foi! Não do jeito que eu esperava, mas...
Fiz a tomada de tempo e larguei em 6° lugar. Nada mal para um garoto em sua primeira corrida! Cheguei em 6° me achando o máximo, afinal, ninguém tinha me ultrapassado! Estava me achando quando encontrei meu pai, que disse:
"_Pô, você não ultrapassou ninguém!!!"
Fiquei arrasado!!!